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Muito tem se falado sobre o empoderamento das mulheres, principalmente de mulheres negras. Diversas personalidades que quebram o tabu estão ganhando visibilidade em um meio que sempre foi restrito àqueles que seguem os padrões impostos pela sociedade.
Entre esses nomes em destaque está a rapper paulista Tássia Reis. Nascida em Jacareí, na região paulista do Vale do Paraíba, Tássia escreve suas próprias letras e conta, através das rimas, a sua história.
Seu primeiro contato com o Hip Hop foi através das danças urbanas. Quando ainda era adolescente, Tássia sonhava em ser uma grande dançarina, mas, depois de 10 anos, acabou se entregando para o rap.
A formação política não foi diferente. Segundo ela, foi nas feiras de hip hop que acontecem no Vale do Paraíba que Tássia teve o seu primeiro contato político. Lá as pessoas conseguem expressar suas artes, além de expor referências negras para os moradores do bairro.
Uma vez tendo esse contato político, Tássia não parou nunca mais. Mas se engana quem acha que sempre foi assim. Em entrevista ao Lázaro Ramos, no programa Espelhos, da Tv Brasil, a rapper conta como foi esse processo de empoderamento.
“Eu não era empoderada porque não me entendia bonita nem capaz. A sociedade fez eu acreditar nisso. Eu nunca conseguia emprego, nunca conseguia um lugar, nunca conseguia falar. Esse tipo de coisa faz a gente achar que o problema está em nós”.
Antes de sair de casa, Tássia sempre olha no espelho e se admira. Afinal, segundo ela, o lacre é um exercício diário. “Quando entendi que eu não era obrigada a nada, tudo mudou, mas a sociedade continua a mesma, ai que mora o perigo”, afirmou.
Nina Simone, Erikah Badu e Lauryn Hill são algumas referências da cantora, que cresceu ouvindo discos de Clara Nunes e Ray Charles. Tássia consegue fazer uma mistura de jazz com rap, o que deu vida à sua música “Meu Rapjazz”.
A artista participou da terceira edição da Jazz Mansion em setembro de 2016, e tocou com banda pela primeira vez na carreira.